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29/09/2022

Intervenção do SG do SINAPE no Secretariado Nacional da U.G.T.

Intervenção do SINAPE no Secretariado Nacional da U.G.T. 


Um país desenvolvido carateriza-se por ter:

- um estado de direito onde o primado da lei é cumprido. Há o respeito pela lei vigente e todas

as alterações legislativas são programadas, pensadas e avaliadas antes da sua aplicação.

- uma preocupação focada no crescimento económico visando o desenvolvimento. A iniciativa,

a investigação e a inovação são fomentadas.

- uma democracia forte, com instituições transparentes, conseguindo-se escortinar as suas

decisões. A administração é célere, transparente e de fácil compreensão.

- uma preocupação constante na melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos reforçando

as condições sócio económicas dos mais carentes.

- um estado voltado para os cidadãos.

Um país subdesenvolvido carateriza-se por ter:

- um estado que propagandeia o primado da lei, contudo e de forma constante altera-a de

acordo com as necessidades e ou pressões dos grupos dominantes, em total desrespeito pelo

primado da estabilidade jurídica.

- propagandeia o desenvolvimento sem cuidar do crescimento, geralmente consegue é o

empobrecimento generalizado.

- fala em democracia, contudo geralmente são estados cuja administração é opaca,

impercetível e de difícil escrutínio.

- um estado voltado para a manutenção do poder no mesmo grupo de elites.

No universo dos países da união europeia, Portugal, infelizmente, pode ser considerado um

país subdesenvolvido.

No passado mês de julho, referenciámos que o “mito da sustentabilidade da segurança social”

estava novamente a emergir.

Passado um mês a sustentabilidade reforçada passa para insustentabilidade.

A lógica de incutir a teoria do medo, para dominar, leva à impercetibilidade da capacidade dos

governantes.

No presente surge o “mito da impossibilidade de aumentos salariais”.

Voltamos ao mesmo, em tempo de crescimento não se aumenta para manter as contas

equilibradas, em tempo de crise não se aumenta porque não é possível. Só é possível o

empobrecimento continuo e duradouro.

“Pobres mas honrados – estado novo”.

Contudo é mesmo mito, senão vejamos:

- Em Portugal, desde Braga a Setúbal e de Lagos a VRS António

. setor financeiro, banca e seguros, comparemos com França e com duas variáveis,

margens de intermediação iguais, ordenados e rendas mais altas em França, mas em

Portugal não se pode aumentar salários.

. setor energético e telecomunicações, a mesma comparação, produto final valores

semelhantes, custo de salários e rendas mais altos em França, mas em Portugal não se

pode aumentar salários.


. setor da grande distribuição – alimentar, vestuário, calçado e outros, produtos com

preços semelhantes, em França ordenados e rendas mais altas, contudo em Portugal

não se pode aumentar salários.

. setor da hotelaria. Um quarto num hotel de 4 estrelas em Paris – Grand Boulevars 200

euros, em Lisboa ou Porto no centro 200 euros. Em Paris ordenados e rendas mais

altas, mas em Portugal não se pode aumentar salários.

. setor da restauração. Restaurante centro de Paris Grand Boulevars Opera – prato de

entrecôte 25 euros dá para partilhar. Em Lisboa na baixa, entrecôte entre 16 e 18 euros

– não dá para partilhar, logo duas pessoas entre 32 a 36 euros. Em Paris ordenados e

rendas mais altas, mas em Portugal não se pode aumentar salários.

- E no restante Portugal, na zona é só paisagem?

Não se pode aumentar salários face à dimensão do comércio / empresas.

Como exemplo o café/mercearia do Sr. Manuel na aldeia de Carvas, que nem empregado tem

e só abre por “carolice” do Sr. Manuel e esposa em tempo livre fora da hora de trabalho do

campo.

Sendo local de comércio e de ponto encontro social dos 110 habitantes.

Se fechar só se pode beber café a 8 quilómetros de distância na outra aldeia e nem transportes

públicos existem.

Aqui no Portugal da paisagem, sim, não se pode aumentar salários.

Lamentamos que atualmente não haja um único português com reconhecimento social e

político que afirme “há vida para além do défice”.


O SINAPE NÃO DESISTE, INFORMA E DIVULGA.

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