UM EM CADA DEZ TRABALHADORES ESTÁ EM RISCO DE PROBREZA.
Quando se fala ou escreve acerca da pobreza em Portugal não são casos isolados ou situações de vida. Mesmo quem trabalha é pobre o que é um contrassenso. Quem está disposto a trabalhar quer fazê-lo para não depender de terceiros, ou seja, não ser pobre. Mas não é o que acontece. Em Portugal, dez por cento dos empregados estavam em risco de pobreza, em 2022, que é o último ano com cifras disponibilizadas pelo Instituto Nacional de estatística. Como as variações estatísticas não são bruscas em 2023 e 2024 os valores deverão estar em torno de um em cada dez trabalhadores estar no limiar da pobreza. Isto é inconcebível num país que se quer do "Primeiro Mundo". De notar que mesmo a variação de - 0,3 por cento entre 2021 e 2022 é aparente, pois em número absoluto atinge mais pessoas. É que a população empregada aumentou cerca de 100 mil pessoas, entre 2021 e 2022.
Se trabalhar para ser pobre já é um drama, então ser desempregado em Portugal é catastrófico. Quase metade dos desempregados está em risco de pobreza, com tendência para aumentar: 46, 7 por cento (2022) quando um ano antes (2021) era de 43,4 por cento.
A tudo isto acrescenta-se o modo como o R.M.N. Rendimento Mínimo Nacional (Salário Mínimo) foi sendo desvirtuado. Quando foi criado, em 1974, era para trabalhadores sem qualquer tipo de qualificação havendo ainda muitos que se debatiam com o flagelo do analfabetismo. Cinquenta anos depois - que também corresponde a 50 depois do 25 de abril de 1974 - o RMN serve de referência para o primeiro, segundo, terceiro até sexto nível remuneratório em algumas estruturas profissionais com mão-de-obra qualificada, até com 12.º ano de escolaridade. Com este absurdo já se percebe o porquê da existência de dez por cento de população empregada em risco de pobreza.
Urge alterar este absurdo. E rapidamente!
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