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29/02/2024

Trabalhar Para Ser Pobre

UM EM CADA DEZ TRABALHADORES ESTÁ EM RISCO DE PROBREZA.




Quando se fala ou escreve acerca da pobreza em Portugal não são casos isolados ou situações de vida. Mesmo quem trabalha é pobre o que é um contrassenso. Quem está disposto a trabalhar quer fazê-lo para não depender de terceiros, ou seja, não ser pobre. Mas não é o que acontece. Em Portugal, dez por cento dos empregados estavam em risco de pobreza, em 2022, que é o último ano com cifras disponibilizadas pelo Instituto Nacional de estatística. Como as variações estatísticas não são bruscas em 2023 e 2024 os valores deverão estar em torno de um em cada dez trabalhadores estar no limiar da pobreza. Isto é inconcebível num país que se quer do "Primeiro Mundo". De notar que mesmo a variação de - 0,3 por cento entre 2021 e 2022 é aparente, pois em número absoluto atinge mais pessoas. É que a população empregada aumentou cerca de 100 mil pessoas, entre 2021 e 2022.



Se trabalhar para ser pobre já é um drama, então ser desempregado em Portugal é catastrófico. Quase metade dos desempregados está em risco de pobreza, com tendência para aumentar: 46, 7 por cento (2022) quando um ano antes (2021) era de 43,4 por cento.


A tudo isto acrescenta-se o modo como o R.M.N. Rendimento Mínimo Nacional (Salário Mínimo) foi sendo desvirtuado. Quando foi criado, em 1974, era para trabalhadores sem qualquer tipo de qualificação havendo ainda muitos que se debatiam com o flagelo do analfabetismo. Cinquenta anos depois - que também corresponde a 50 depois do 25 de abril de 1974 - o RMN serve de referência para o primeiro, segundo, terceiro até sexto nível remuneratório em algumas estruturas profissionais com mão-de-obra qualificada, até com 12.º ano de escolaridade. Com este absurdo já se percebe o porquê da existência de dez por cento de população empregada em risco de pobreza.


Urge alterar este absurdo. E rapidamente!

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