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10/02/2019

Há Alunos Mas Não Há Professores

A FALTA DE ESTRATÉGIA DO MINISTÉRIO JÁ ESTÁ A DAR RESULTADOS.


Segundo o jornal "Expresso" de dia 9 de Fevereiro de 2019 muitos diretores não conseguem atrair professores para as Escolas Públicas (clicar). Diretores não encontram docentes para suprir colegas de baixa, Há alunos a ficar meses sem professor. Situação é mais grave na Grande Lisboa e Algarve. Os diretores de escolas garantem que o número de professores de baixa está a aumentar e que é cada vez mais difícil encontrar quem aceite lecionar no seu lugar:

Razões:

1. Ofertas de vencimentos baixos que não compensam custos para quem vem de longe. «Se quem está disponível estiver no norte não lhe compensa vir a Lisboa, onde pode pagar €500 só por um quarto», lembra Benedita Salema, vice-presidente da Escola Artística António Arroio, em Lisboa;

2. É difícil encontrar quem se disponha a ter que mudar para longe até porque o lugar pode acabar ao fim de um mês com o regresso do docente que foram substituir,. Agrava-se se alguém já tiver uma outra ocupação de vida pois não vai abdicar desta sabendo que o tempo em que estará na escola pode ser escasso; 

3. Com o envelhecimento do corpo docente, os problemas de saúde aumentam. Muitos têm redução do número de horas de aulas por via da idade. Por isso, quando os horários são lançados podem ser mais curtos. Não compensa;

4. "Quem é que quer ir para professor hoje em dia? Não é uma carreira atrativa... havendo mais alternativas», lamenta-se Júlio Santos, diretor do Agrupamento do Restelo, em Lisboa; 

5. Apesar de o Ministério da Educação (ME) não dar informação acerca do número de docentes de baixa (calcula-se que, em Março de 2018, cerca de seis mil tinham "baixa médica" superior a dois meses), há outros indicadores que indiciam o aumento de problemas de saúde. Por exemplo, os professores autorizados a mudarem-se para outras regiões para ter assistência médica, dos próprios ou de familiares, aumentaram de 4 429 em 2016 para 6 478 em 2018/19. A maioria, explica Davide Martins (professor de Matemática e muito ativo na blogosfera) «pede para se deslocar para a região norte deixando o sul mais desfalcado». Uma espécie de regresso pois quando mais jovens tinham feito o percurso contrário.



Há alunos meses e meses sem professores a algumas disciplinas. Teme-se o caos com a insensibilidade do ME para a resolução do problema.

A. O ingresso em cursos para Formação de Professores caiu a pique: 1 105 em 2016 para 6769 em 2018;

B. Aumento no número de professores em mobilidade por doença: cerca de 4 mil em 2016/17 para mais de 6 mil em 2018/19;

C. Envelhecimento progressivo do corpo docente no Ensino Público:

48,4 % (55 845 docentes) têm 50 ou mais anos de idade

36,9 % (42 627 docentes) têm entre 40 e 49 anos

14,3 % (16 530 docentes) têm entre 30 e 39 anos

00,4 % (00 437 docentes) têm menos de 30 anos.

A falta de visão e estratégia do Ministério da Educação vai pagar-se muito caro daqui a 10, 20 anos!

Quem brinca com o fogo arisca-se a ficar queimado (já não estão é no ME para assumir responsabilidades). Talvez estejam em Bruxelas ou Estrasburgo! Ou em Nova Iorque na ONU!

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