Sindicato fundado em 1939 visando a promoção da educação e a valorização de todos os seus profissionais. Visamos a qualidade no Ensino Público e Privado.

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18/07/2019

A Canga dos Ingratos

ASSUMIMOS QUE SOMOS UNS INGRATOS QUE NÃO SE DEIXAM SUBJUGAR À CANGA.


Ouvindo o discurso acerca do «Estado da Nação» proferido pelo primeiro ministro na Assembleia da República, consideramos que nós professores e os não docentes, somos uns ingratos.

Somos uns ingratos, porque reclamamos todo o nosso tempo de serviço, pondo em causa a sustentabilidade económica do País; somos ingratos porque, já todos, de uma forma igualitária ganhamos o ordenado mínimo ou quase...

Somos ingratos, pois não sabemos esperar pela nossa vez, atendendo a que o atual governo começou por melhorar as condições remuneratórias dos magistrados. Há que saber esperar...

Somos ingratos, pois temos que perceber que se devem iniciar as melhorias visando as elites que tanto se esforçam para cumprir o preâmbulo da «Constituição Portuguesa», para uma sociedade socialista.



Somos ingratos, pois cada vez temos maior igualdade - todos com o ordenado mínimo ou a caminhar para ele - e os ricos e as elites, aqueles que têm vencimentos acima de 1500,00 euros têm que pagar a maior carga de impostos da era democrática, «a Bem da Nação».

Somos ingratos, pois compararmo-nos aos nossos vizinhos espanhóis, que têm salários maiores, impostos mais baixos, eletricidade, gás, água, comunicações e combustíveis mais baratos, não pagam nos itinerários principais, em suma, com um governo socialista vivem melhor, e nós, uns ingratos por tanto esforço feito, em Portugal, para os portugueses, por uma coligação positiva!

Mas, não somos só nós, os ingratos, também, os médicos, enfermeiros, polícias, técnicos de diagnóstico, assistentes técnicos e administrativos são uns ingratos, pois só pode ser por ingratidão que estes profissionais não entendam que 10 anos em cada escalão remuneratório é uma bênção, e 140 curtos anos para chegar ao topo é uma meta objetiva.

Em conclusão, o país está melhor - até muito melhor - e nós é que somos uns ingratos.


Contudo, continuaremos a pugnar pelo nosso tempo de serviço, por melhores condições de trabalho, pela redução de impostos, pelo justo valor dos bens essenciais, pela proximidade ao modo e qualidade de vida dos cidadãos europeus, por uma sociedade que se balize por remunerações que nos retirem da mediana baixa da União Europeia, em competição direta com os países pobres da «ex-Europa de Leste».

Continuaremos a exigir justiça remuneratória, trabalho digno e respeito pelos cidadãos, que não são ativos fiscais, mas exigem um governo e uma elite que saibam respeitá-los e incluí-los na Europa da boa governança e respeito pela cidadania.

O SINAPE nunca cruzará os braços ou baixará a guarda!


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